Nesta seção, apresenta-se o acervo de teses de doutorado e dissertações de mestrado defendidas e aprovadas, resultantes de processos de formação desenvolvidos no Grupo de Pesquisa Linguagem Cognição Humana e Processos Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ. A base de dados é o repositório institucional de teses e dissertações da Rede de Bibliotecas da UERJ.
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TESES DEFENDIDAS

EZER WELLINGTON GOMES LIMA

O APRENDIZADO E O USO DA LÍNGUA ESCRITA POR SURDOS PROFUNDOS.

LIMA, Ezer Wellington Gomes. O aprendizado e o uso da língua escrita por surdos profundos. 2020. 157 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.

Em virtude da atual conjuntura educacional dos surdos, principalmente os inúmeros aspectos pertinentes à representação da escrita, verificamos que, por não receberem estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, socioafetivo, linguístico e político-cultural, muitos desses alunos têm sofrido perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem. Diante disso, o estudo tem por motivação compreender o custo de implementação de políticas de educação destinadas ao surdo profundo, notadamente quanto à superação do fracasso no processo de aprendizagem e no uso de textos escritos. O enfoque adotado nesta pesquisa é de ordem teórico-conceitual, por centrar-se na (re)construção de conceitos, ideias e ideologias necessários ao aprimoramento dos fundamentos teóricos já desenvolvidos sobre a temática. Seu objetivo é contribuir para a compreensão de fatores que concorrem para a difícil relação do surdo profundo com o processo de produção de texto na escola, a fim de cooperar para o processo de alfabetização desses alunos, levando em conta suas dificuldades e perspectivas. A partir daí, a intenção é a de prover insumos que orientem e sustentem a elaboração de estratégias e metodologias que favoreçam o aprendizado e a inclusão desses alunos. Os dados obtidos nesta investigação revelam que a maior dificuldade que o sujeito surdo profundo enfrenta ao produzir textos escritos na escola está para além das metodologias, filosofias e/ou ações pedagógicas empregadas para o ensino da língua escrita. A apreensão acerca do que foi exposto nos convida a repensar sobre o outro que é diferente, não por se desviar do padrão, mas, por não ser, muitas vezes, igual à maioria. Tal reflexão possibilita ressignificar a surdez e os sujeitos surdos de modos outros, levando em conta as potencialidades individuais do aluno, alertando para a necessidade de a escola compreender as diferenças que por lá transitam.

Palavras-Chave: Surdez. Educação. Escrita. Modos de Pensamento.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 03 de fevereiro de 2020

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JANAÍNA MOREIRA PACHECO DE SOUZA

SER PROFESSORA EM ÁREA DE FRONTEIRA BILÍNGUE NO BRASIL: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

A presente pesquisa demonstra que, no Brasil, existe a necessidade de falar sobre educação inclusiva para imigrantes estrangeiros que chegam ao nosso país por motivos diversos e buscam em nossas escolas uma inserção sociocultural como forma de reconhecimento para exercerem sua cidadania. Porém, deparam-se com uma grande barreira: a língua. Para compreender um pouco dessa realidade, apresento, através de levantamento teórico, uma abordagem acerca do dinamismo linguístico nas regiões de fronteira, marcado pela diglossia e interlíngua. Com o propósito de evidenciar que são poucas as ações que legitimam o direito linguístico do imigrante no contexto escolar brasileiro, trouxe uma discussão que gira em torno da legalidade que assegura políticas linguísticas nesse contexto de diversidade. Acrescento à discussão uma análise sobre a demanda para a educação formal entre comunidades migrantes no Brasil, apresentando a complexidade educacional de algumas regiões fronteiriças, evidenciando o município de Bonfim/RR. Acredita-se que, através desta análise, algumas questões poderão ser apontadas como necessárias para dar suporte a reflexões para esses contextos, o que permitirá ascender uma discussão sobre demandas que são vistas como potenciais para melhorar a formação de docentes que trabalham em regiões que atendam imigrantes. Além disso, será possível pensar em propostas didático-pedagógicas que contemplem a natureza bilíngue das escolas situadas em cidades fronteiriças. Para trilhar esse caminho, além da investigação bibliográfica, procuro evidenciar, através da narrativa (auto)biográfica de uma professora alfabetizadora, as experiências e saberes docentes que acontecem em uma escola de “duas nações”, lócus de um laboratório linguístico natural, situado na fronteira do Brasil com a Guiana Inglesa. O percurso metodológico utilizado para a compreensão e a análise das questões evidenciadas na narrativa da professora, baseou-se na associação entre a análise do conteúdo temático (BARDIN, 1994) e a compreensão cênica (MARINAS, 2007, 2014). A narrativa da professora, cujo eixo temático foi “Ser professora num contexto de realidade bilíngue/multilíngue, na fronteira Brasil-Guiana Inglesa”, possibilitou compreender a necessidade de se discutir sobre os contextos educacionais de área de fronteira e protagonizar a vivência/experiência de professores que lidam com a realidade desses locais, não só com o intuito de desnaturalizar o monolinguismo e as práticas linguísticas-educacionais-políticas excludentes de alunos que não têm o português como língua materna em escolas brasileiras, mas também fazer ecoar a voz daqueles que lidam diretamente com essa realidade pouco (re)conhecida por muitos brasileiros.

Palavras-chave: Bilinguismo. Imigrante. Prática pedagógica. Aprendizagem. Fronteira.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 04 de fevereiro de 2019

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ROSELY DE OLIVEIRA MACÁRIO

LEITURA E PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE LEITORES EM EJA

O presente trabalho objetiva apresentar e discutir, com base na pesquisa do tipo bibliográfica, um embasamento teórico pautado em diferentes vertentes no campo da literatura acadêmica interdisciplinar que possibilitem caracterizar os processos de formação de leitor que tratam do ato de ler com vistas a atender o alunado no 1º segmento do Ensino Fundamental, séries iniciais (1º ao 5º ano), em EJA. Sendo assim, tomam-se como objeto de estudo as práticas de leituras destinadas ao desenvolvimento do leitor em EJA, considerandose a diversidade do seu alunado. No primeiro capítulo, problematizam-se algumas vozes que permeiam a Educação de Jovens e Adultos (EJA), disseminadas pela voz do aparato legal na área específica da EJA, paralelamente às ações advindas de programas oficiais que tratam do ensino e, particularmente, das suas respectivas matrizes curriculares. Em seguida, evidenciase, a partir das contribuições de Paulo Freire, como o ensino de leitura na ótica da formação de leitores é concebido sob os domínios da perspectiva freiriana, de modo a discutir sua interlocução frente às perspectivas da formação de leitores na sociedade pós-moderna. No segundo capítulo, apresentam-se algumas tendências envoltas no debate sobre currículo escolar, buscando compreender as contribuições trazidas por pesquisadores que fundamentam algumas propostas presentes na literatura educacional, buscando responder aos desafios postos na modalidade EJA. No terceiro capítulo, ressaltam-se algumas contribuições de pesquisas balizadas nas teorias dos letramentos, bem como na valorização do uso dos gêneros textuais nas práticas situadas da linguagem, transitando pela discussão acerca dos gêneros multimodais derivada das múltiplas possibilidades do ato de leitura com a utilização da linguagem verbal e não verbal em único texto. Nesse sentido, sinaliza-se para a existência dos múltiplos ajuizamentos do ato de ler que são realizados dentro e fora do âmbito escolar. No quarto capítulo, procura-se definir as estratégias de leitura que se estabelecem entre ler textos, desenvolver a compreensão leitora e aprender. Com este trabalho, busca-se dar visibilidade a uma vertente teórica que, embora reconheça que o acesso à leitura e à produção de textos orais e escritos seja uma das finalidades mais específicas da Educação Básica do cidadão brasileiro, não desconsidera que o aluno inserido em turmas da EJA, apesar das suas dificuldades de aprendizagem, é também um agente de letramento, uma vez que realiza fora do contexto escolar os verdadeiros atos de ler e de produzir textos nas práticas sociais de uso da cultura escrita nas práticas de letramentos. Desse modo, busca-se discutir o ensino de leitura em contexto de diversidade, atentando-se para o aluno como sujeito social aprendente, leitor/produtor de textos, apesar de apresentar severas dificuldades de aprendizagem, como é o caso do perfil do aluno da EJA.

Palavras-chave: Formação de leitor. Currículo escolar. Gêneros textuais. Leitura. Estratégias de leitura. Ensino Fundamental. EJA.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 27 de fevereiro de 2018

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MARIA APARECIDA GOMES BARBOSA

MÍDIAS HIPERTEXTUAIS, PRODUÇÃO ESCRITA E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Esta tese tem como temática a produção escrita atual nas mídias hipertextuais, partindo do pressuposto de que a academia precisa dialogar com os múltiplos comportamentos linguísticos dos jovens multifocados alunos, que utilizam a escrita em um novo espaço/tempo/suporte tecnológico: físico ou virtual, móvel ou estático. O objetivo do estudo é identificar na escrita dos universitários características que se coadunam com o modo de pensamento narrativo, com o intuito de subsidiar e contribuir para que a academia possa perceber as vantagens dessa nova forma de comunicação, dentro das limitações, no contexto acadêmico e ajudar a melhorá-la diante da irrefutável realidade das novas mídias. Esta pesquisa foi desenvolvida na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) com estudantes de Licenciatura em Enfermagem, Geografia e Pedagogia visando levar a docência universitária a refletir sobre a possibilidade de inclusão de uma relação pedagógica baseada na negociação de sentidos mediada pelo mundo virtual, num processo de hibridização entre as tecnologias estáticas – livros, cadernos, impressos – e a tecnologia digital, cujo suporte é a tela móvel. Por meio do ensino-aprendizagem com base no pensamento cartesiano e narrativo, pode-se levar o estudante universitário a transitar nos dois modos de pensamento, com ampliação das possibilidades. Assim, destaca-se a importância do professor universitário como agente de letramento acadêmico. Entre os achados do estudo, verifica-se que a produção textual dos estudantes dos cursos de Licenciatura privilegia o modo de pensamento narrativo construído na relação universidade/mídias hipertextuais em espaços reais e virtuais, isoladamente ou em redes sociais, com tempos de aprendizagens plurais, não limitada aos intramuros da universidade, e a consequente necessidade de reconhecimento pela universidade formadora da inclusão do aluno conectado e sua escrita contemporânea.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 31 de janeiro de 2017

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TATIANA BEZERRA FAGUNDES

PARA UMA EPISTEMOLOGIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR

Esta tese tem como objetivo anunciar uma epistemologia da educação escolar. Partindo do pressuposto que a produção de conhecimento relaciona-se aos contextos e aos sujeitos através dos quais ela vai ganhando sentido, busca sustentar a ideia de que a escola, com seus professores, alunos e demais atores, produzem conhecimentos. Para chegar a esta afirmação percorreu um caminho que passou pela problematização do conhecimento e sua configuração no âmbito da ciência moderna até a discussão sobre os saberes docentes mediadas pelo campo denominado epistemologia da prática. A atitude etnográfica é tomada como eixo do debate que se desenvolveu ao longo de suas argumentações, sendo ela mesma resultado do entendimento sobre a produção de conhecimento que se apresenta nesta tese. A produção de conhecimento dos professores na escola despontou como um fato para o universo acadêmico-científico a partir da realização de pesquisas que culminaram no conceito de saberes docentes, entendidos como saberes que são produzidos e mobilizados na prática do professor e que vão ganhando cada vez mais legitimidade na epistemologia da prática, que busca compreendê-los. No entanto, nas argumentações desta tese encontram-se indícios da produção de conhecimento na escola que extrapolam os limites e a circunscrição que lhes são dadas pelos saberes docentes e pela epistemologia da prática. Esta produção não difere da forma de conhecer com a qual se lida na academia, mas mostra condições mais efetivas de construção de sentidos à educação básica e seus sujeitos, contribuindo de modo substantivo para os processos de ensino e aprendizagem. Ao tomar como legítima esta asserção, revela-se a emergência de que os estudos que tenham preocupações semelhantes incluam-se na escola e entendam-se como parte dela, com seus professores e alunos em seus processos de produção de conhecimento.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 28 de março de 2017

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FÁTIMA TEREZINHA SPALA

DA PALAVRA FALADA À PALAVRA DA ESCOLA: UM ESTUDO SOBRE AS ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS À ALFABETIZAÇÃO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Os processos de aprendizagem da língua escrita envolvem aspectos políticos, sociais, culturais e históricos que determinam fatores complexos a considerar quando se reflete acerca da alfabetização dos sujeitos da educação carioca. Os estudos reunidos nesta tese se vinculam à perspectiva de fundamentação histórico-cultural e procuram compreender aspectos da aprendizagem da língua escrita, mais especificamente, a escolarização da cultura escrita nos processos de alfabetização. O objetivo do estudo aqui apresentado é definir os aspectos que dão corpo a uma teoria aplicável aos processos de alfabetização, com vistas à formular um conceito teórico capaz de produzir conhecimentos que sirvam à aprendizagem e ao ensino dos alunos e professores da rede pública de ensino da Cidade do Rio de Janeiro. A partir de uma perspectiva inclusiva, observo e pesquiso os aspectos singulares dos processos de apropriação da língua escrita, relacionando-os aos diferentes sujeitos e culturas e aos diferentes sentidos de mundo que definem as suas formas e modos de cognição, como possibilidades de descobertas sobre os alunos e suas inserções no mundo da cultura escrita. O conhecimento, a significação e a cultura são a essência e estão no centro das representações que os indivíduos fazem dos seus mundos e das informações que deles recebem e constituem o objeto deste estudo. Estudar e pesquisar os processos de apropriação da língua escrita, quando vinculados à representação mental que os alunos fazem dessa escrita e a forma como ela é representada em suas culturas, revelou que a apropriação que os indivíduos fazem da realidade na qual estão inseridos é, sempre, uma ação inteligente, resultante de comparações, análises e impressões. Voltando o olhar para os regisros escritos dos indivíduos em fase inicial de aprendizagem da escrita, mesmo que divergindo da forma alfabética convencional, esses refletirão as concepções, os valores e os conceitos que se pode elaborar acerca do que a escrita representa e como se dá essa representação em seus mundos. Quanto mais estático, ordenado e linear o modo de pensar e de organizar as experiências, mais afinado estará o indivíduo com a escrita alfabética/convencional, tendo em vista que a perspectiva de repouso e estabilidade alinhada a esses indivíduos, além de responder pela forma de construção de suas realidades, possibilita a construção de escritas alfabéticas, já que opera com lógicas compatíveis e inteiramente ajustáveis uma a outra. No outro extremo, quanto mais dinâmico e simultâneo for o modo de pensar e de organizar as experiências, mais afastado estará o indivíduo da escrita alfabética, pelas razões proporcionalmente inversas às apresentadas. Admitir que a escrita esteja relacionada ao lugar que ela ocupa nas sociedades e aos grupos sociais, implicou reconhecer que esses lugares e os sujeitos não são os mesmos, por isso, os modos de constituição e representação da escrita são diferenciados e heterogêneos.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 28 de janeiro de 2015

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SILVIO HENRIQUE VILELA

O MOVIMENTO HUMANO E SUA INTERFACE COM O LETRAMENTO

O movimento humano, que é o tema dessa tese, teve e tem um papel extraordinário na história do homem no planeta, e na sua própria história de vida. Essa pesquisa, que situa-se em um campo epistemológico comum à Educação e à Educação Física, tem o objetivo geral de definir o papel do movimento humano no processo de letramento, com vistas à formação do licenciado em Educação Física. Para isso, lança mão de uma metodologia que se utiliza da pesquisa científica de base teórico-conceitual, valendo-se do método de investigação de caráter qualitativo e teórico, para sua construção. Como estratégia para o seu desenvolvimento, opto por uma construção singular onde já na introdução discuto e defino os conceitos básicos que darão suporte à tese, por isso essa parte toma um ‘encorpamento’ maior em volume e importância. Os capítulos são construídos em formato de artigos que, ao mesmo tempo em que se encerram em si mesmos, eles conduzem na direção do objetivo maior da tese, o que se torna claro na conclusão geral da tese onde construo as amarras entre os temas que foram discutidos. Assim, ao investigar o movimento humano, a partir de sua ação para o desenvolvimento cognitivo do sujeito, com o objetivo de dar sustentação à teoria que afirma existirem interfaces entre movimento humano e letramento, foi possível debater vários assuntos ligados ao corpo, à cultura, aos modos de pensamento, à Educação Física e, logicamente ao movimento humano e ao letramento. Finalmente essa pesquisa conclui a existência de uma ligação direta entre movimento humano e desenvolvimento cognitivo do sujeito, o que leva também a possuir interfaces claras e objetivas entre o movimento humano com o processo de letramento, na medida em que a essência do letramento é ser um processo de desenvolvimento cognitivo constante, instalado em uma determinada cultura. Finalmente, visto como um objetivo interdisciplinar, o letramento se apresenta como um tema que também deve ser considerado e buscado pelo professor de Educação Física escolar, se tornando assim um agente de letramento na escola.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 27 de abril de 2015

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MARIA LETÍCIA CAUTELA DE ALMEIDA MACHADO

A ESCRITA ALFABÉTICA, SUA NATUREZA E REPRESENTAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES À FONOAUDIOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO.

Introdução: Essa pesquisa situa-se no campo epistemológico da Fonoaudiologia Educacional. A prática fonoaudiológica no Brasil tem sua gênese vinculada a medidas de uniformização e normatização da língua. As ações fonoaudiológicas foram, desde a sua origem, influenciadas pelo positivismo e pelo pensamento naturalista, o que se traduziu em uma atuação, marcadamente, clínico-médica e numa concepção normativa de desenvolvimento e aprendizagem da escrita. Esforços têm sido empreendidos para se instituir no campo educacional uma atuação fonoaudiológica diferenciada, que se destitua do caráter curativo e normativo e se volte para a promoção do processo de ensino-aprendizagem. No entanto, apesar dos esforços em busca da modificação e ampliação da atuação fonoaudiológica educacional, esse caráter clínico-médico persiste. Entende-se que tal perpetuação é sustentada por paradigmas enraizados e mantidos até hoje na formação do fonoaudiólogo e do educador. Trata-se de visões que universalizam questões relativas à linguagem e ao processo de aprendizagem da escrita e medicalizam padrões que se apresentam fora do esperado como normalidade. Objetivo: Caracterizar a natureza e a representação da escrita alfabética, visando a contribuir para a superação da cultura naturalística e biologizante na abordagem das questões sobre a aprendizagem e o domínio da língua escrita no campo da Fonoaudiologia Educacional. Metodologia: Pesquisa científica de base teórico-conceitual. Resultados: Essa pesquisa revela que o sistema estrutural da escrita constitui um fenômeno com propriedades gramaticais e representacionais que se distinguem da fala. Evidencia-se que a relação entre a língua escrita e a língua oral não é direta, de tal modo que a escrita alfabética não é uma transcodificação da fala. Além disso, essa tese sustenta que a natureza da escrita não é biológica, mas eminentemente cultural, de tal maneira que sua apropriação e domínio constituem um processo conceitual singular. Tal concepção implica o entendimento de que diferentes sujeitos socioculturais interagem e conceituam a escrita de modos diversos. Essa diversidade ocorre porque sujeitos sociais plurais apresentam modos diferenciados de organização e operação mental que, por sua vez, implicam diferentes formas de interação com o mundo, com o outro e com a escrita, resultando em diferenças individuais na estruturação e no uso da fala e da escrita. A partir desses conceitos, sistematizam-se princípios norteadores para a constituição de uma atuação fonoaudiológica educacional, no campo da escrita, destituída de qualquer caráter clínico-médico. Conclusões: O entendimento de que a apropriação da escrita não tem natureza biológica permite a compreensão de que os diferentes modos de escrita não podem ser validados por regras universais baseadas em um sistema mental apriorístico, nem, tampouco, considerados produtos de uma condição de anormalidade intrínseca ao sujeito. Essa tese demonstrou que a manutenção de uma concepção de um determinismo biológico para as dificuldades na aprendizagem ou domínio da escrita, na verdade, envolve uma questão paradigmática. Enfim, os parâmetros que definem as categorias do que é ‘normal’ e do que é ‘anormal’ na estruturação e no uso da escrita não são regidos por princípios biológicos, mas por categorias paradigmáticas. Assim, a ideia de um distúrbio de aprendizagem da escrita se sustenta somente sob determinado paradigma.
Palavras-chave: Fonoaudiologia Educacional. Linguagem. Escrita. Fala. Distúrbio de aprendizagem. Modos de Pensamento.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 22 de fevereiro de 2013

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VALDECY MARGARIDA DA SILVA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: CONTRIBUIÇÕES À FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A presente pesquisa objetiva caracterizar os aspectos teóricos necessários à formação inicial e continuada dos professores alfabetizadores da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para tanto, foram tomados como aspectos a serem investigados: os marcos teóricos abordados na formação dos professores da EJA da Secretaria de Educação do Município de Campina Grande/PB; o perfil dos sujeitos professores alfabetizadores da EJA (formação inicial e continuada); o papel do estudo sobre a construção das identidades na EJA para a formação do professor alfabetizador dessa modalidade de ensino; aspectos do problema na concepção de alfabetização derivados do não conhecimento das diferenças gramaticais entre Língua Escrita (LE) e Língua Oral (LO) e o lugar dos direitos linguísticos dos sujeitos das culturas orais e o lugar da escrita na vida desses sujeitos. Na tentativa de reconstruir teoria, conceitos, objetivando aprofundar fundamentos teóricos no campo da alfabetização e do letramento na formação de professores alfabetizadores, optou-se pela pesquisa teórico-conceitual, bibliográfica, de cunho explanatório. Além da pesquisa bibliográfica, foram utilizadas contribuições da vivência da pesquisadora como professora da Educação de Jovens e Adultos da Rede Municipal de Ensino e observações dos encontros de formação continuada da EJA no município. Na tentativa de caracterizar os aspectos teóricos necessários à formação inicial e continuada dos professores, recorreu-se, ainda, à análise documental – Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande e a Composição Curricular do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba; universidades de origem dos professores da EJA do município. O estudo revelou que a maior parte dos professores e demais agentes escolares que atuam na EJA não têm uma formação específica nessa área e realizam o seu trabalho pedagógico utilizando o que sabem sobre a escola das crianças. Isso porque a formação dos professores que atuam na EJA é, na maioria das vezes, insuficiente, aligeirada e situa-se fora de um projeto político que reflita e busque alternativas para a questão da inclusão desses alunos.
Palavras-chave: Oralidade e Letramento. Alfabetização. Educação de Jovens e Adultos. Formação de Professores. Identidades. Sociolinguistica Variacionista.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 16 de março de 2012

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VIVIAM KAZUE ANDÓ VIANNA SECIN

ORTOPTICA, ORALIDADE E O LETRAMENTO: ESTUDO DESCRITIVO E COMPARADO DA VISÃO BINOCULAR DOS INDÍGENAS GUARANI MBYA DA ALDEIA SAPUKAI.

Introdução:A educação inclusiva impõe a reflexão sobre os aspectos multidimensionais relacionados à oralidade e ao processo de letramento. A busca pelo conhecimento através da leitura e da escrita exige, entre outros aspectos, um adequado controle da motricidade ocular, objeto de estudo da Ortóptica. O desenvolvimento do sistema sensoriomotor da visão é influenciado por aspectos inatos e adquiridos, não sendo a binocularidade uma condição necessariamente universal. Objeto: Essa pesquisa tem como objeto de estudo a diversidade visual dos alunos culturalmente plurais da escola brasileira, expressa em termos ecológicos em seus distintos modos de ver e interagir no mundo, não necessariamente alinhados às demandas visuais da cultura escrita. Objetivos e métodos: Essa investigação de base sócio-interacionista vygotskiana e de perspectiva ecológica baseada em Gibson, Ingold e Senna, tem por objetivo construir o conceito do olhar ecológico, uma singularidade visual própria aos diferentes sujeitos culturais da escola brasileira, caracterizando-o em termos funcionais binoculares através de um estudo ortóptico seccional descritivo e comparativo entre 99 sujeitos indígenas de cultura predominantemente oral (membros da aldeia guarani mbya de Sapukai – Angra dos Reis, RJ) e 59 sujeitos não-indígenas estudantes universitários do estado do Rio de Janeiro, de cultura predominantemente letrada. Resultados: O estudo revelou a existência de diferenças significativas nos controles do alinhamento binocular para perto, da convergência binocular proximal e da capacidade de convergência máxima, havendo perfil binocular mais divergente no primeiro grupo e mais convergente no segundo grupo, apontando custos visuais diferenciados aos processos de letramento. Conclusão: Foi caracterizada a existência de uma Etnortóptica pelo reconhecimento de uma diversidade funcional binocular culturalmente determinada, ressaltando-se a necessidade de se criarem políticas públicas inclusivas de educação e de saúde visual ortóptica, assim como novas estratégias interdisciplinares que promovam a adequada transição dos diferentes olhares ecológicos ao olhar educado da cultura escrita. Essa pesquisa atende a todos os alunos da educação brasileira cujas experiências visuais pregressas são menos marcadas por práticas culturais letradas, evitando os desagradáveis impactos visuais sofridos em seus processos de letramento, em especial, aos sujeitos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da Educação Intercultural Indígena.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 22 de fevereiro de 2011

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Paula da Silva Vidal Cid Lopes

ESTADOS DE ESCRITA: CONTRIBUIÇÕES À FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES.

Esta tese apresenta contribuições teóricas ao campo de formação de professores, no que concerne à natureza dos diferentes tipos de fenômenos associados aos chamados “erros produtivos” observados na produção escrita de alfabetizandos em classes de Educação de Jovens e Adultos. Seus capítulos organizam-se em cinco partes, a saber: a) os argumentos sociais que justificam a demanda por um melhor balizamento dos erros, compreendidos como fenômenos, que, uma vez conhecidos pelo professorado, passam a ser devidamente assistidos no processo de alfabetização; b) a alfabetização, o letramento e a formação de conceitos essenciais na formação do professor; c) os métodos e paradigmas para uma relação teoria-prática na alfabetização; d) o erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante; e) a língua escrita nas práticas escolares. A partir dos estudos realizados, conclui-se que a formação do professor não oferece o suporte necessário para a compreensão da natureza dos estados de escrita dos alunos. Esta ausência na formação pode também ser observada nos estudos nas áreas da Alfabetização e do Letramento, que dificilmente vão além de uma proposta político-pedagógica, não chegando a nenhum tipo de estrutura material observável na produção escrita do sujeito em processo de alfabetização ou de letramento. Muitas vezes, embora o professor tenha constante contato com as escritas de seus estudantes, não as conhece o suficiente para realizar as intervenções necessárias. Sugere-se neste trabalho a superação do reducionismo subjacente à noção de erro e a descrição de um conjunto de estados de escrita que permita ao professor: discriminar comportamentos associados a diferentes momentos da alfabetização e do letramento; identificar tais comportamentos, de modo a caracterizá-los tanto linguisticamente quanto os fatores concorrentes para sua ocorrência na produção escrita dos estudantes. Ressalta-se, no entanto, que não se trata de uma categorização com o objetivo de “modelar” comportamentos de escrita, mas sim de compreender a motivação de seus erros em contexto escolar de educação de jovens e adultos, particularmente na rede da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, a partir da qual este trabalho se motiva.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 01 de março de 2010

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Maria do Socorro Martins Calháu

DESMITIFICANDO ASPECTOS QUE IMPEDEM O SUCESSO NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. OU COMO AUTORIZAR SOLANGES, RAIMUNDOS E ISAURAS A PARTICIPAREM DA CULTURA LETRADA

escritores proficientes durante sua trajetória escolar e ao longo de suas vidas, focalizando
particularmente o processo de aprendizagem vivido por eles nas Classes de Alfabetização.
O trabalho discute, principalmente, as razões pelas quais o projeto social de integrar
pessoas não-alfabetizadas à cultura letrada não tem conseguido promover a
transformação que promete. O estudo debruça-se sobre a história da EJA, a identidade
dos alunos, seu modo de pensar em confronto com a natureza da ciência, e sobre sistemas
de produção de conhecimento, tendo por interlocutores os documentos que fundamentam
essa modalidade de educação e a prática diária da sala de aula. A pesquisa reflete sobre as
questões da linguagem, da escrita e do poder, tendo como pano de fundo o processo de
gramatização das línguas e as bases teóricas levadas em conta na concepção dos métodos
de alfabetização e de ensino da Língua Portuguesa. Todas essas questões encontram-se no
âmbito de uma Escola de origem européia, que não sistematiza nem valida o seu fazer
acumulado de muitos anos, além de não possuir um referencial teórico adequado que a
explique de forma coerente com a sua realidade.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 30 de maio de 2008

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Vanilda Maria Santos Teófilo

VERDADE E INCLUSÃO: PERSPECTIVAS NA FORMAÇÃO DOS NOVOS PROFESSORES

Esta tese discute a problemática dos processos de formação inicial de professores, considerando o impacto do conceito científico de verdade, tanto sobre a conformação da instituição escolar na sociedade moderna, quanto sobre as políticas de inclusão de minorias sociais na educação formal. Investigações, ora relatadas, constataram que os conteúdos, a escola e os professores são produto de determinações da cultura científica, em detrimento de toda uma trama de valores e lógicas não científicas, materializada no cotidiano escolar por intermédio do cotidiano extra-escolar trazido pelos alunos. Justifica-se, assim, a necessidade de que o professor seja levado a identificar seus alunos como sujeitos sócio-históricos e, nessa direção, caracterizar a complexidade do processo de construção do conhecimento. Como base desta conscientização, defende-se a necessidade de se operarem, na formação de professores, estratégias que fomentem o encontro de múltiplas verdades de mundo, junto às quais identificam – se os sujeitos sociais em demanda por inclusão social.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 27 de abril de 2007

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Andréa de Farias Castro

INFORMÁTICA, ARTE E CULTURA ESCOLAR: RESGATANDO ESPAÇOS NA CIVILIZAÇÃO CIENTÍFICA

Para que se possa levar a cabo a função escolar de transmitir ao conjunto da sociedade – numa perspectiva inclusiva – os conhecimentos produzidos e acumulados pelo homem ao longo de sua história, é necessário que as instruções educacionais tenham em conta a diversidade dos processos de produção de conhecimentos, de aprendizagem e de compreensão, seja por conta das especificidades dos próprios tipos de conhecimento, seja por conta das especificidades culturais que diferenciam os sistemas sociais um dos outros. O estudo ora apresentado motiva-se a partir da percepção de que a experiência de formação escolar tende a reduzir toda e qualquer forma de manifestação cultural – saberes e formas de expressão – à uma estrutura própria dos sistemas educativos, retritamente marcados pela influência da cultura científico-cartesiana, banindo ou alienando tudo aquilo que não for assemelhável ao modelo de Razão defendido na Idade Moderna. Sustenta-se aqui a tese de que a legitimação da informática e da arte na educação formal constitui um marco objetivo na superação dos limites hoje determinados pela escola para fins de inclusão de sujeitos em diversidade cultural. Isto se justifica através do fato de que a informática aplicada à educação proporciona tanto aos sujeitos de cultura narrativa, quanto àqueles mais orientados pela cultura científica, iguais oportunidades de inclusão no sistema escolar e na sociedade. Por entendermos que os processos de criação – que se agregam historicamente tanto às práticas de produção artísticas quanto às da ciência – contribuem indistintamente para as inovações estéticas e tecnológicas, apresentam- se neste trabalho as bases teóricas que fundamentam e justificam a informática como um domínio curricular com objeto próprio na Educação Básica. Neste sentido, adotou-se por estratégia promover um estudo comparativo entre o desenvolvimento histórico e pedagógico das áreas de Artes e Informática, ambas tomadas como linguagem de forte potencial no desenvolvimento do sujeito contemporâneo.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 19 de maio de 2006


 

DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS

 

IRINA RIBEIRO QUERETTE

LETRAMENTO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: PROPOSTA DE CURRÍCULO PARA OS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO

O objetivo deste trabalho é discutir as bases de um currículo para os cursos de formação de professores de ensino médio, o antigo curso normal, ainda em vigor no Estado do Rio de Janeiro como uma das modalidades do Ensino Médio. Para cumprir tal objetivo, foram problematizadas as questões relativas ao letramento dos alunos desses cursos, abordando questões advindas da imposição da cultura letrada aos sujeitos que frequentam as escolas públicas brasileiras, tendo como foco principal a formação de um professor alfabetizador. Além disso, para que fosse possível construir este currículo, definiram-se os conceitos de letramento e agente de letramento, a partir dos modos do pensamento humano (Bruner, 1997; Senna, 2012). A estrutura curricular escolar foi pensada a partir dos conceitos que fundamentam o paradigma da pós-modernidade, com base em Doll Jr. (1997). De posse das considerações apresentadas pela pesquisa, partiu-se para o estabelecimento da definição de currículo, a partir de Macedo (2012). A estruturação e organização atuais dos cursos de formação de professores foram o preâmbulo para que possível a construção de um currículo para esses cursos que priorizasse a produção de conhecimentos, cujo escopo é o letramento dos alunos e a formação para o magistério.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 07 de agosto de 2017

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LOIDE LEITE ARAGÃO PINTO

RELAÇÕES ENTRE A PRODUÇÃO DE TEXTO E O ENSINO DE GRAMÁTICA: UM OLHAR PARA A PRÁTICA EM SALA DE AULA

O objetivo desse trabalho é analisar a proposta metodológica de ensino de língua portuguesa desenvolvida no Instituto Politécnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro em Cabo Frio, projeto de extensão da universidade que atuou na região de Cabo frio de 2008 a 2016. Deste modo, procuramos entender como essas estratégias de ensino se organizaram e seus pressupostos norteadores. Discutimos a questão dos direitos e garantias educacionais estabelecidos na Constituição brasileira (1988), e demais Leis (BRASIL, 1996), Diretrizes e parâmetros (BRASIL, 1997,1998) norteadores do ensino. Dissertamos acerca do que é o ensino de língua portuguesa para a autonomia cidadã e o papel dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) na orientação e organização do currículo no ensino fundamental e suas metas e objetivos para o ensino da língua portuguesa. Analisa-se a questão da formação para a cidadania e os objetivos gerais do ensino de língua portuguesa associado às ampliadas gerações de direito, cujo emaranhado de leis visa a uma educação do cidadão que o torne capaz de circular nos diferentes espaços públicos. Trabalhamos com as contribuições de Vygotsky (1993, 2008, 2010) em torno da psicologia cultural, da linguagem e da educação. Com Bruner (1997, 2001), discutimos a relação entre cultura e modos de pensamento paradigmático e narrativo, ampliando o tema com as contribuições de Senna (2000, 2003). À luz desses pressupostos, apresentamos a metodologia de ensino de língua portuguesa aplicada à produção escrita com os alunos da turma de nono ano do ensino fundamental do ano de 2014. Descrevemos como esse instrumento metodológico foi tomando forma ao longo dos anos de atuação do projeto e discutimos de que modo esta proposta de ensino contribuiu para o ensino de língua portuguesa na dimensão do trabalho com o gênero textual relatório, pautada na teoria e pressupostos de Vygotsky (1998 2010 2011) de teoria da atividade, Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e trabalho como princípio educativo. Em nossa conclusão, observamos que a promoção da aprendizagem da língua portuguesa, desenvolvida no confronto entre as estratégias de produção de texto escrito, considerando a lógica narrativa e cartesiana de elaboração da mensagem, é o grande mote do ensino cooperativo.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 09 de agosto de 2017

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MARCELINO HORACIO VELASCO

A INFLUÊNCIA NEGATIVA DA IMPOSIÇÃO DO PORTUGUÊS NUM CONTEXTO MULTILÍNGUE E MULTICULTURAL BANTU: CASO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE MOÇAMBIQUE

Esta pesquisa tem como objetivo abordar as políticas públicas sobre os fatores de ordem linguística, social e cultural que podem influenciar na difícil transição dos alunos das línguas Bantu para a língua Portuguesa. Apesar do esforço do governo a começar pelo aumento da rede escolar e das campanhas de alfabetização, este objetivo mostra-se de difícil alcance, porque se desconhecem as razões que levam que um número considerável de alunos conclua o nível fundamental sem ter desenvolvido as necessárias competências no letramento, sobretudo nas zonas suburbanas e rurais. Olhando para este fato, pode-se pensar que a dificuldade está nos alunos ou na escola, mas na realidade não é. A imperfeição ancora-se na política de integração nacional, portanto em um fato meramente político, uma politica que possibilitaria os alunos a fazerem transição de uma língua autóctone para a língua portuguesa. Foi a partir desta inquietação que tracei como objetivo abordar, discutir, esta disfunção com a finalidade de analisar algumas soluções para minimizar as dificuldades de aprendizagem na língua de ensino. A partir desta inquietação formulei a seguinte pergunta: de que modo o programa de ensino da língua Portuguesa se traduz nas práticas pedagógicas para a formação de leitores e produção de textos nas escolas públicas onde a maioria dos alunos têm as línguas bantu como línguas maternas? No que se refere à abordagem metodológica do trabalho será de natureza qualitativa, teórico-conceitual, o que se justifica pela natureza do problema da pesquisa.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 18 de dezembro de 2017

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DINA MARIA VIEIRA PINHO

AFETIVIDADE E ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Este estudo de base teórico-conceitual tem por objetivo defender o vinculamento entre afetividade e as práticas alfabetizadoras nos anos iniciais do Ensino Fundamental para que através deste enodoamentos o sujeito escolar desta fase de escolarização construa sentimento de pertencimento às práticas de cultura letradas e, assim permita-se apropriar-se da escrita e usá-la como ferramenta de integração a si e ao mundo. Esta defesa é realizada a partir do desvelamento da afetividade como dimensão presente e necessária ao desenvolvimento cognitivo como nos apresentam as teorias psicogenéticas de Piaget, Wallon e Vygotsky e, os estudos de aproximação entre a educação e a psicanálise feitos por Cohen e Kupfer. A esses estudos acrescentamos as pesquisas realizadas por Senna sobre a distinção entre fala e escrita que contribuíram na compreensão de como a forma de se conceber a escrita nas metodologias de alfabetização podem ter ocasionado custos neste processo. Santomé e sua proposta de currículo integrado também se faz presente neste trabalho. Acreditamos que ao desacreditarmos a dicotomia entre razão e emoção tão enfatizada na construção de sujeito apresentada pela Modernidade, poderemos compreender o sujeito em sua completude provisória e juntos ressignificarmos nossa condição de sujeitos constituídos coletiva e subjetivamente.
Palavras-chave: Alfabetização. Afetividade. Construção identitária. Sentimento de Pertencimento.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 20 de agosto de 2014

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HELEN VIEIRA DE OLIVEIRA

CONCEPÇÕES DE TEXTO E A CORREÇÃO DE PRODUÇÃO ESCRITA NO ENSINO FUNDAMENTAL

O objetivo desta dissertação é verificar, de forma teórico-conceitual, como as escolhas do professor sobre o objeto da produção textual estão pautadas em documentos oficiais, tendo como base os estudos linguísticos ou a gramática normativa. Busca-se refletir sobre a abordagem que atualmente é encontrada no ensino da Língua Portuguesa, uma visão preponderantemente voltada para a interação discursiva, tendo como objetivo o estudo da textualidade e dos diferentes gêneros textuais. Como tal abordagem trabalha com o texto de forma reduzida, pois não considera o que é dito, mas atribui maior importância a estrutura do texto, o ensino acaba por não considerar o sujeito do discurso. Para entender a linha teórica escolhida pelos documentos oficiais e que acabam por refletir na prática do professor, realiza-se uma análise dos principais documentos oficiais que servem como base ao processo de ensino-aprendizagem (Parâmetros Curriculares Nacionais, Diretrizes Curriculares e Matrizes de Referência do Sistema de Avaliação da Educação Básica) e uma comparação com dados da histórica do ensino de Língua Portuguesa e da teoria do currículo, buscando relacionar o paradigma de educação Moderno e o Pós-moderno com as práticas em sala de aula.
Palavras-chave: Produção textual. Sujeito. Professor. Currículo.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 20 de agosto de 2014

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DEBORAH ORLANDINI FERROCO

TENSÕES CONTEMPORÂNEAS NO EMPREGO DAS TECNOLOGIAS NO CENÁRIO ESCOLAR

O objeto a ser estudado nessa pesquisa são as tensões contemporâneas no emprego das tecnologias no cenário escolar, em face dainterferência dos modos de pensamento sobre os usos da tecnologia de escrita alfabética, bem como suas relações com o processo de letramento. Para isso pretende-se caracterizar o impacto dos modos de pensamento na eleição e uso das tecnologias, em particular da escrita alfabética, a definição da relação entre os modos de pensamento e o processo de letramento e, por fim, a definição de fatores que provocam tensões no processo de letramento, no que se refere à eleição de modos de pensamento no emprego de tecnologias. A justificativa para a realização deste trabalho está no fato de que o uso da tecnologia escrita dentro da escola é feito de forma a contemplar um perfil intelectual específico, baseado na concepção de sujeito cartesiano. Um perfil intelectual serve a um determinado modo de pensamento, que, de acordo com a psicologia de Jerome Bruner, pode variarentre dois tipos, o científico e o narrativo. Dentre esses, o que é academicamente aceito, e relacionado ao modelo cartesiano com o qual a escola trabalha, é o científico. Já o narrativo não tem status como saber válido cientificamente. É o modo de pensamento que define o uso que será feito da tecnologia. Dessa forma é necessário saber transitar entre os dois modos de pensamento, para saber qual se adapta a cada situação experiencial vivida, podendo assim ser considerado um sujeito letrado.
Palavras-chave: Modos de pensamento. Tecnologia. Letramento.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 29 de agosto de 2013

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MAIRA DE OLIVEIRA FREITAS

PERSPECTIVAS DO LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO NAS PRÁTICAS CURRICULARES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

O presente estudo é parte integrante das pesquisas realizadas no Ciclo de estudos intitulado Representação Gramatical e Sistemas Metafóricos, realizados pelo Grupo de Pesquisa ‘Linguagem, Cognição Humana e Sistemas Educacionais’. As variáveis que deram origem às minhas inquietações e, consequentemente, ao meu interesse pela investigação a que me proponho, são frutos de observações de meus alunos e de minhas próprias práticas como professora na Educação Infantil. Sendo assim, proponho discutir a seleção de práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagens, que favoreçam o desenvolvimento integral das crianças, priorizando as discussões sobre como garantir práticas junto às crianças de quatro a seis anos, que se articulem, mas não antecipem, os processos de Alfabetização. Desta forma, o objetivo principal da pesquisa constitui-se em: analisar as condições de introdução de práticas de Alfabetização na Educação infantil, tendo em vista os objetivos deste segmento da Educação Básica com relação ao desenvolvimento de crianças em idade pré-escolar.

Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Educação Infantil. Práticas pedagógicas

DATA DA PUBLICAÇÃO: 30 de agosto de 2013

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PAULA SANTOS DA SILVA

SOCIALIZAÇÃO, MODOS DE PENSAMENTO E DIVERSIDADE: CONTRIBUIÇÃO À COMPREENSÃO DO FRACASSO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO PÚBLICA FUNDAMENTAL.

Este estudo tem como objetivo problematizar a hipótese de que a condição de pobreza seja causa de patologia cognitiva. Dessa maneira, procuramos analisar como a mente se torna social, à luz das idéias da Sociologia do Conhecimento através da construção teórica de Peter Berger e Thomas Luckmann, da Teoria Histórico-Cultural de Lev S. Vygotsky e das contribuições a cerca da possibilidade da diversidade cognitiva construída a partir de realidades culturais distintas , tal como discutido por Luiz Antonio Gomes Senna. Este estudo procura compreender a forma como os sujeitos produzem conhecimentos nos contextos culturais. Durante a abordagem das sustentações teóricas deste trabalho, defende-se que os alunos, sujeitos da aprendizagem, são resultado do processo de produção de significados, realizado com o auxílio dos sistemas simbólicos da cultura. Defendemos ainda, que professores têm sido agentes inocentes da exclusão a medida que desconhecem a figura epistemológica do aluno real e que somente uma educação na perspectiva intercultural, daria conta de preservar e valorizar a diversidade cultural e cognitiva dos sujeitos.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 19 de agosto de 2011

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TATIANA BEZERRA FAGUNDES

A PESQUISA DOCENTE – SOBRE O CONCEITO DE PROFESSOR PESQUISADOR NA FORMAÇÃO INICIAL DE AGENTES DE LETRAMENTO.

Esta dissertação é um estudo de natureza teórico-conceitual que se debruça sobre a construção do conceito de professor pesquisador. Seu objetivo é definir a pesquisa na prática docente nas séries iniciais do ensino fundamental e caracterizar essa pesquisa como processo de busca do sujeito real. Por sujeito real, nesse estudo, entende-se um sujeito que possui modos de ser, pensar e agir fora dos parâmetros hegemônicos impostos pela cultura científica moderna. Estes parâmetros delinearam um tipo ideal de sujeito de conhecimento caracterizado como a-histórico e atemporal que se impõe nas práticas escolares resultando no fracasso escolar relacionado, sobretudo, ao custo de alfabetização que os sujeitos reais apresentam. Com este trabalho busca-se definir a pesquisa docente e contribuir para a elaboração de um conceito que leve em conta os sujeitos reais para os quais são aplicados os processos de ensino-aprendizagem. Este conceito visa a informar às práticas de formação de professores sobre a necessidade de formar um professor pesquisador. Este professor, precisa ser aquele que procura enxergar seu aluno e, então, elabora formas de atuações para ele. Para o cumprimento do objetivo acima expresso, problematiza-se a relação entre a produção científica do conhecimento e a pesquisa; define-se o sujeito real em oposição ao sujeito ideal; analisa-se o tipo de conhecimento que se produz na formação do professor para a sala de aula dos anos iniciais do ensino fundamental; discute-se o que se entende por ‘pesquisa docente’ nas áreas acadêmicas e do conhecimento científico; confronta-se o conhecimento que se produz na formação do professor à noção de aluno e as demandas do ensino público. Esta dissertação foi desenvolvida considerando a urgência de se pensar a formação e a atuação do professor em contextos de educação inclusiva. Com os resultados desse trabalho, espera-se contribuir, também, para tornar mais frágeis os processos de exclusão e banimento social na busca por garantir o direito à educação, que é um direito que muitos ainda não têm.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 19 de agosto de 2011

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TÂNIA MASELLI SALDANHA LEITE

ENTRE ALUNOS, SEUS PROFESSORES E O FRACASSO ESCOLAR – REFLEXÕES SOBRE O CONFLITO DE SENTIDOS NA ESCOLA PÚBLICA CONTEMPORÂNEA.

Este trabalho aborda algumas questões relacionadas ao fracasso escolar no universo das escolas de ensino público municipal, em especial da cidade do Rio de Janeiro, partindo do pressuposto de que as dificuldades que os professores vêm encontrando atualmente em exercer suas funções interferem no desempenho acadêmico dos alunos. Estarão presentes os seguintes questionamentos: no que consiste ser aluno no Ensino Fundamental?; em que consiste ser professor no Ensino Fundamental?; como se explica a escola na pós-modernidade?; como explicar o sujeito contemporâneo?; como acontece a construção do conhecimento diante desses fatos?Para fundamentar teoricamente os temas da investigação, esta pesquisa se articula entre Piaget ao definir o sujeito cognoscente do processo ensino-aprendizagem, Vygotsky ao explicar o sujeito contemporâneo, Stuart Hall ao interpretar a identidade cultural na contemporaneidade e Luiz Antonio Gomes Senna em seus estudos e teorias sobre a escola pública contemporânea, os sujeitos que a habitam e de como ocorre a construção do conhecimento.A pesquisa envolveu levantamento de dados bibliográficos sobre os temas contemporaneidade, identidade, escola, sujeito contemporâneo, sujeito cognoscente, as relações professor/ aluno/ aprendizagem e a construção de conhecimentos.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 25 de agosto de 2010

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Alexandre Charpinel Gama Pereira

ENTRE BRASIS E BRASILEIROS: VOZES DISSONANTES NAS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO PARA A INCLUSÃO SOCIAL

Este estudo discorre fundamentalmente sobre a percepção de uma contumaz falta de diálogo entre o povo brasileiro, em sua realidade criada e recriada através de suas próprias interações, e a prescrição, por parte de uma minoria de homens de pensamento, de uma ordem social estranha que o pretende subjugar.
Perpetuando-se como um teimoso hiato que atravessa diversos períodos da história brasileira, este antagonismo tenciona legitimar a oposição entre modelos idealizados de instituições sociais, dentre as quais pode ser destacada a escola, e uma população cujas formas de representação de mundo são sumariamente desacreditadas e rechaçadas. Sua ação ao longo dos séculos represou de maneira decisiva a possibilidade de uma organização social em bases próprias, produzindo também uma vacilante noção de brasilidade, cujos efeitos ainda se fazem sentir nos atuais tempos de crise da modernidade.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 29 de setembro de 2008

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Carla Maria Dias Ramos Vidal

O IMPACTO DA CULTURA CIENTÍFICA MODERNA NA CONCEPÇÃO DO BOM ALUNO: UM ESTUDO SOBRE OS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO SUBJACENTES AO FRACASSO ESCOLAR.

Caracterizar os aspectos culturais que determinam a condição de fracasso escolar considerando o impacto da cultura científica moderna sobre os parâmetros de avaliação das disciplinas escolares é o objetivo dessa pesquisa. O que faz com que um aluno seja considerado fracassado? Por que alunos que não possuem um bom desempenho em disciplinas como Português e Matemática, mas têm ótimos resultados em Artes e Educação Física são sujeitos do fracasso escolar? Essas foram algumas das questões que nortearam o trabalho. Com o propósito de respondê-las e alcançar meu objetivo foi que percorri o seguinte caminho: no primeiro capítulo analiso a cultura científica moderna a fim de entender a origem do sujeito cartesiano e suas implicações na concepção de aluno. No capítulo seguinte apresento a influência do modelo lógico científico no processo de estruturação curricular escolar. No terceiro e último capítulo analiso a natureza dos testes de inteligência a fim de caracterizá-los como ferramentas de seleção/discriminação de sujeitos sociais afeitos à cultura científica moderna. Nessa trajetória pude perceber que há a prevalência e a valorização por parte da Escola do modelo lógico-científico de pensamento.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 20 de setembro de 2008

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Selma Cotta Chauvet Coelho

INTERAÇÕES SUBJETIVAS NO CONTEXTO ESCOLAR UMA PRÁTICA POSSÍVEL?

O objetivo desta dissertação consiste em estudar a interação subjetiva nas práticas de ensino-aprendizagem, verificando os impactos deste movimento de interlocução no cotidiano da escola. Trata-se de discutir um outro modelo de aprender/ensinar, pela via da interlocução com os outros sujeitos, no qual se compartilham modos de aprender. Trata-se de uma pesquisa teórica que tem como motivação as práticas de formação escolar desenvolvidas em Colégios de Aplicação da rede Federal do Rio de Janeiro, em especial , no CAp-UFRJ, nos quais mudanças no perfil de aluno levaram à adoção de um contexto pedagógico de Educação Inclusiva não reconhecido na cultura escolar do colégio. Realiza-se um estudo teórico sobre a Cultura da Escola Nova, que surgiu como resposta inovadora ao modelo tradicional de educação (na qual os Colégios de Aplicação, na sua constituição, se basearam), relacionando-o às novas estruturas da sociedade e às modificações ocorridas no corpo discente. Os conceitos derivados destas relações serviram de orientação no estudo crítico das concepções de aprendizagem em Piaget e Vygotsky. Com isto, confrontam-se os estudos relativos à interação subjetiva à orientação e ao planejamento das práticas docentes próprias ao modelo de aprendizagem do CAp-UFRJ, buscando determinar os aspectos que devem ser considerados pelos professores na orientação de sua prática docente.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 06 de julho de 2007

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Domingos Moreira

POLÍTICAS PÚBLICAS DE ALFABETIZAÇÃO DE MASSA NA GUINÉ-BISSAU.

Esta dissertação tem por finalidade documentar e analisar as políticas públicas de alfabetização de massa na Guiné-Bissau. O país em estudo é uma ex-colônia portuguesa na África que após a independência optou pela via autônoma de desenvolvimento, o que caracteriza sua situação atual de transformação social. Procura-se verificar se o atual sistema de ensino e os planos oficiais auxiliam a ruptura coma condição anterior de dependência. O estudo se inicia por um panorama geral da educação na Guiné-Bissau, considerado a partir da falta de infra-estrutura deixada pela colônia portuguesa. Em seguida, aborda-se a questão da alfabetização nas políticas internacionais do desenvolvimento humano, focalizando a Guiné-Bissau, a alfabetização do seu povo e as perspectivas de uma política de letramento para a população guineense. Esta análise é feita por meio da avaliação do trabalho desenvolvido em sucessivos governos que fizeram parte da história educacional do país no período de 1446 a 2002. A concepção de escrita nas colônias da Guiné-Bissau ainda estão comprometidas com a cultura colonial, motivo pelo qual a língua portuguesa é prepoderante. A Guiné-Bissau é um país multilíngüe, em que o português europeu não é prepoderante na população. Seu estudo aborda este fenômeno e apresenta questões que devem ser levadas em consideração nas políticas de alfabetização, visando a adequá-las as expectativas de desenvolvimento da região.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 30 de junho de 2006

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Janaina Pereira Ribeiro

LETRAMENTO E EXPERIÊNCIA CURRICULAR INTERCULTURAL NA CLASSE DE PROGRESSÃO.

Nesta dissertação são analisadas as práticas de letramento aplicadas nas classes de progressão da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, na perspectiva das políticas de inclusão social. Seus atores e o conceito que delas se tem na cultura escolar, sua relação com a cultura científica, a Idade Moderna e o processo civilizatório por meio da escola são particularmente investigados. As concepções de escrita e de alfabetização subjacentes às práticas escolares, o conceito de letramento segundo os modos do pensamento e o estudo crítico das bases fundamentais do Construtivismo são igualmente abordadas. A orientação curricular que dá sustentação às práticas docentes e o letramento a partir das zonas de desenvolvimento humano constitui o foco central desta investigação.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 27 de outubro de 2006

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Fátima Terezinha Spala

POLÍTICAS DE INCLUSÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES ALFABETIZADORES DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.

O trabalho em questão apresenta uma síntese do percurso das ações voltadas para a qualificação e formação do magistério da Rede Pública de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro. Analisa o modelo atual de formação de professores da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro para o desenvolvimento de alfabetizadores, trazendo um leque de reflexões acerca do processo de implementação das estratégias de capacitação dos professores da SME-Rio, visando à consolidação de uma política de educação para a inclusão social.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 12 de setembro de 2005

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Luiza Alves Ferreira Portes

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO – QUESTÕES COMPLEMENTARES À CARACTERIZAÇÃO DO SUJEITO DA ALFABETIZAÇÃO NA PÓS-MODERNIDADE.

É de extrema urgência uma análise criteriosa das práticas pedagógicas, especialmente as alfabetizadoras, que têm contribuído para a exclusão e a marginalização da maioria das crianças brasileiras. Portanto, buscando contribuir para a superação deste quadro de exclusão, bem como para o avanço no corpo teórico-conceitual nesta área, este trabalho tem como objetivo analisar os aspectos teórico-conceituais-metodológicos que vêm se constituindo como entrave à construção do conhecimento dos sujeitos da alfabetização na Pós-Modernidade. Para a consecução destes objetivos, analisamos criticamente a teoria em que se baseia a Psicogênese da Língua Escrita, ressaltando alguns equívocos apresentados, quando esta se apropria do conceito de universais lingüísticos, nos termos em que defendido por Chomsky. Estes são: custo no prazo de aquisição da língua escrita para os sujeitos oriundos de comunidades marcadas pela oralidade; reunião de objetos distintos (fala/escrita) em um mesmo universo teórico; e o sujeito da alfabetização idealizado por Ferreiro, na formulação da psicogênese. Em síntese, as questões mais relevantes desta investigação corrspondem a: 1) Quem é o o sujeito da formulação da psicogênese? 2) A quem se referem os universais lingüísticos? 3) Quem é o sujeito da alfabetização na Pós-Modernidade? 4) Qual é o sentido da alfabetização hoje?

DATA DA PUBLICAÇÃO: 30 de setembro de 2005

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Viviam Kazue Andó Vianna Secin

CONSTRUÇÃO DO CONCEITO SOCIAL DE INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA ORTÓPTICA – O ORTOPTISTA COMO AGENTE INFORMAL DE EDUCAÇÃO

Essa pesquisa aproxima as áreas da Educação e Saúde, com foco especial na área de reabilitação visual Ortóptica, em um trabalho de cooperação interdisciplinar, na reflexão em torno da existência de diferentes olhares nos diferentes sujeitos da educação com o objetivo de construir o Conceito de Intervenção Ortóptica Social Inclusiva, fazendo do ortoptista um agente informal da Educação, em favor da construção de sujeitos sociais de natureza plural, legitimamente capazes de produzir conhecimento, dentro ou fora dos parâmetros da cultura dominante.
O referencial teórico dessa pesquisa interdisciplinar de base sócio-interacionista teve a contribuição de Vygotsky, Piaget, Luria, Morin, Ribeiro, Hall, Hubel, Foucault, Bear e colaboradores, Von Noorden, Senna, Glat, Goffman, entre outros. O contexto teórico contemplou aspectos sociais contemporâneos como a pluralidade sócio-antropológica e cognitiva do sujeito brasileiro, o conceito de letramento como processo de desenvolvimento cognitivo individual e sócio-histórico, as neurociências e a interdisciplinaridade para melhor compreensão da complexidade humana, em especial para a aproximação entre os saberes da Ortóptica e da Educação.
Investigou-se o perfil clínico e a existência da prática ortóptica social inclusiva, em seis diferentes serviços do Estado do Rio de Janeiro. O estudo revelou aspectos excludentes na prática ortóptica pelas diferenças significativas nos perfis clínicos associados ao tipo de serviço (público ou privado) e ao nível sócio-econômico (maior ou menor), assim como ao tipo de intervenção terapêutica, apontando para uma prática mais voltada para a dimensão biológica nos serviços públicos, e dimensão biopsicossocial nos serviços privados de regiões sócio-economicamente mais privilegiadas. A pesquisa concluiu que se deve lutar pela prática ortóptica social inclusiva para todos os brasileiros, de modo que o ortoptista atue como um agente informal da Educação.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 20 de maio de 2005

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Regina Coeli Nacif da Costa

PRESSUPOSTOS PARA UMA PROPOSTA DE LETRAMENTO PARA O POVO BRASILEIRO: O PROFESSOR COMO MEDIADOR.

Este trabalho discute a questão da formação de leitores a partir de dois campos: a História e a Psicologia. Analisa o papel do professor como mediador do letramento, que propicia ao aluno a orientação no sentido da busca da construção de sentido, no que se refere à leitura e à produção de textos. Relatamos uma atividade realizada em um Abrigo, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, que acolhe meninas pertencentes a famílias que se encontram em situação de risco social. Essa atividade levou-nos a algumas considerações relevantes, ao tentar enxergar, através daquelas crianças, o aluno que chega à escola brasileira. O estudo apresenta uma contribuição a todos os educadores que vêem a leitura como um modo de relação, de interação, de trabalho produtivo como o texto, propiciando práticas inclusivas e, em outra instância, a busca de autonomia do sujeito-leitor.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 28 de março de 2003

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Vera Lucia Costa

A CONSTRUÇÃO DO ALUNO-LEITOR DO PENSAMENTO CIENTÍFICO. A QUEM COMPETE TAL DESAFIO?

Construir o cidadão-leitor do mundo científico pressupõe torná-lo capaz de compreender e interagir com o meio em que vive. O processo de “alfabetização científica” objetiva, através da investigação dos modos de pensamento, o desenvolvimento das habilidades necessárias à leitura dos textos técnico-científicos, de forma que cada aluno faça, sem traumas, a passagem do pensamento narrativo para o científico, mediada pelo professor. Esta dissertação aborda a questão da importância de se conhecer a existência desses dois modos de pensamento, enfatizando a necessidade da construção do aluno-leitor no mundo teórico-abstrato do pensamento científico, no Ensino Médio, através de um trabalho interdisciplinar de “leitura”, ressignificando, portanto, este conceito e apontando para um novo paradigma educacional onde todos os professores se percebam como “agentes de letramento”.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 31 de março de 2003

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Luzia Cristina Nogueira de Araújo

CURRÍCULO INTERDISCIPLINAR NA FORMAÇÃO DE DOCENTES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.

O presente trabalho analisa a problemática da organização curricular destinada aos cursos de Formação de Professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, com vistas à definição de parâmetros para a superação do modelo clássico de experiência curricular que fragiliza a implementação de práticas escolares coerentes com o Construtivismo. O estudo apresentado caracteriza o currículo como objeto que sofre influência de fatores sócio-históricos, a partir de diferentes modelos de formação adotados no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro. A abordagem curricular proposta sustenta-se no princípio da interdisciplinariedade, tomado como potencial cognitivo, daí resultando a necessidade de uma redefinição do conceito de competências mentais. Conclui pela definição de um modelo curricular centrado no desenvolvimento de competências de letramento, a serem desenvolvidas interdisciplinarmente ao longo da formação docente.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 01 de outubro de 2002

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Maria Rita Figueiredo Thompson de Carvalho

LINGUAGEM E LATERALIDADE: INTERFERÊNCIAS DA INSUFICIÊNCIA DE CONVERGÊNCIA E BAIXA AMPLITUDE FUSIONAL NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.

O objetivo deste trabalho é verificar como alterações visuais, no caso, a insuficiência de convergência ocular e a baixa amplitude fusional, podem interferir no desenvolvimento da noção de lateralidade, interferindo nos processos perceptivos visuais e a sua íntima relação com as dificuldades na aprendizagem formal da leitura e da escrita. A amostra da população consistiu de sessenta e sete crianças selecionadas, oriundas de escolas particulares, entre 8 e 12 anos de idade.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 01 de fevereiro de 2002

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Andréa de Farias Castro

ALFABETIZAÇÃO DIGITAL: UMA NECESSIDADE SOCIAL NO CONTEXTO ESCOLAR

Formar um cidadão para a sociedade informática pressupõe torná-lo capaz de compreender as formas de representação de informação que circulam pelo meio em que vive. O processo de alfabetização digital objetiva que, através do desenvolvimento de estratégias de apropriação da linguagem usada pla coletividade contemporânea, tanto no contexto escolar, como fora dele, cada usuário de computador aplique estruturas mentais que habilitam a, efetivamnte, interagir, com plena autonomia, com os processos sócio-culturais que o rodeiam. Esta disssertação aborda a questão de como se deve compreender e aproveitar a experiência informática no âmbito da formação escolar, enfatizando a análise de aspectos que possam ser empregados na capacitação de professores, através dos quais se torna possível: (a) determinar a função do trabalho com computadores na formação social do sujeito; e (b) caracterizar os recursos de informática como ferramenta que contribui para o desenvolvimento de um novo paradigma educacional, centrado em estratégias de globalização do conhecimento.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 01 de novembro de 2001

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Esequiel Rodrigues Oliveira

A LINGUAGEM E A LEITURA DA IMAGEM NO COTIDIANO ESCOLAR

A busca de alternativas nas práticas pedagógicas para minimizar o fracasso escolar e a exclusão social foi o motivo principal desta pesquisa. Dentre os diversos fatores que, no cotidiano escolar, concorrem para a comunicação e a contrução do conhecimento, a linguagem merece destaque. Considerando a linguagem como um código interativo entre sujeitos, este trabalho se propõe a conceituar a imagem como linguagem, investigando sua estrutura e identificando propriedades que lhe assegurem comunicabilidade e potencial para transmissão de saberes e para a produção de novos conhecimentos.

DATA DA PUBLICAÇÃO: 01 de março de 2001

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